segunda-feira, 6 de abril de 2015

Holanda

O motivo da viagem foi visitar a tia Ana, minha irmã, que está morando em Amsterdam. A ideia era fazer uma viagem "tranquila", matar a saudade e sentir um climinha de férias. Reservamos então 10 dias e planejamos um modesto fim de semana no interior da Holanda, com direito a uma esticadinha na Bélgica. Parecia sensato... mas mesmo isso foi puxado. Foi nossa segunda viagem internacional com o Joaquim (a primeira foi pros Estados Unidos e ainda não tem relato, mas foram 20 dias e "pipocamos" demais, por isso dessa vez quisemos maneirar no roteiro. Não conseguimos!).

Ficha técnica:
Paisagem: urbana
Hospedagem: kitnet da tia Ana + duas noites em hoteis
Transporte: avião + transporte público + carro alugado + bicicleta
Duração: 11 noites, sendo duas no avião
Grau de novidade: primeira vez na Europa!

Evento especial: visitando a tia Ana, que está morando em Amsterdam há 7 meses
Pequeno viajante: Joaquim, quase 2 anos


Vou começar de cara listando nossos erros, coisa que é muito fácil de fazer depois que já passou, mas dificílima de prever. O pior é que nem dá pra dizer que "fica a lição", porque em uma próxima viagem nossa fase será outra, as necessidades serão outras... mas quem sabe alguém possa se beneficiar dos nossos percalços...

1. O dia de chegada tem que ser o dia de chegada. Podemos chamá-lo de Dia Zero. Fizemos a besteira de sair pra passear depois de uma noite muito mal dormida no avião e com 4 horas de fuso horário na cabeça. O Joaquim dormiu no passeio e quando chegou a "hora de dormir" estávamos exaustos e ele elétrico!

2. O Dia 1 é o dia do fuso. Outro equívoco foi programar nossa viagem pra Bélgica logo no primeiro dia, por causa do fim de semana. Resultado: acordamos tarde, meio atordoados, tivemos que lidar com mala de novo e por o pé na estrada de novo, ou seja, era como se não tivéssemos chegado. Não conseguimos descansar.

3. Pra uma criança pequena dormir 5 noites seguidas uma em cada lugar é exaustivo. E consequentemente pros pais também! Avião, casa da tia Ana, hotel 1, hotel 2, de volta pra casa da tia Ana. Deveríamos, no mínimo, ter ficado as duas noites no mesmo hotel e desistido de visitar uma das cidades...

4. Conciliar expectativas de púbicos diferentes também é exaustivo... por uma grande coincidência um amigo muito querido foi visitar a Ana na mesma semana! Aí sempre tinha algum malabarismo pra atender a todos, o que quase nunca era possível. Quando optávamos por dividir o grupo parecia que os malabarismos eram maiores, pois a comunicação não era fácil, tinha que ficar combinando e combinando e ajeitando.

5. Encarar o inverno europeu de bicicleta e com uma criança pequena, definitivamente, é só para os fortes! Estávamos numas de economizar e por isso optamos pelas bikes. Claro que é uma delícia pedalar por Amsterdam e é parte obrigatória de qualquer passeio pela cidade, mas entender o tráfego, entender a bicicleta, lidar com um vento cortante e uma criança na cadeirinha, socorro!

6. Se alguém me contasse eu riria ironicamente, mas admito, eu caí na ilusão de entrar no Museu Van Gogh com um moleque de dois anos de idade! Missão im-pos-sí-vel!!! Não ficamos 10 minutos no Museu (com direito a xixi!)

Uma sucessão de erros, pra citar apenas os inquestionavelmente relevantes. A essa altura você deve estar achando que a viagem foi um calvário... não vou mentir, em alguns momentos foi sim! Principalmente quando eu estava com frio (muito mal agasalhada, pangaré tupiniquim, dãããã) e vendo o Joaquim com o nariz escorrendo e as bochechas queimadas de frio (fofooooo, rs...).

Ah, sim, outro erro: estávamos sem carrinho! Íamos levar o nosso Big Foot, mas no aeroporto vi que tinha esquecido os parafusos das rodas (estava desmontado). Aquele trambolho nem seria adequado, mas algum carrinho teria ajudado MUITO.

Quando saímos de bike foi muito legal, embora o trânsito caótico tenha me deixado um pouco tensa (caótico pra mim, porque pra eles é perfeitamente organizado e lógico, rs...).

Mas não vou falar do trânsito caótico, porque parece que quando a gente começa a ver defeito tudo vira defeito! Vou falar de coisa legal, que são muitas, antes que você fique com dó da gente (não precisa!!!) ou ache que eu voltei pro pré primário em matéria de planejar viagens (eu não queria admitir, mas isso sim é a mais pura verdade! Eu achei que ia fazer esse blog pra dar dicas master experts pros pais novatos em viagens, mas estou contribuindo mais com "não faça o que eu fiz" do que qualquer outra coisa! Cruzes...).

Vamos lá, o mais importante: rever a minha irmã foi um carinho na alma! Como sinto falta dessa linda e talentosa e descolada e boa anfitriã e super tia! O tempo me escorria como areia entre os dedos e meu único consolo era lembrar que em pouco mais de quatro meses ela estaria de volta pro meu ladinho...


Embora eu tenha citado que foi difícil estar "em grupo", foi também uma enorme alegria rever e poder estar uns dias com meu querido amigo Julio Cesar, também conhecido como Sem Rumo! Colega de faculdade, de morada e de valores de vida, conquistou também rapidinho a simpatia do Joaquim, que a qualquer afastada dele perguntava "Cadê o tio Sem?!".



Refletindo agora penso que muito do meu stress era justamente essa coisa maluca de sentir o tempo e os bons momentos escapulindo pelas mãos! A saudade do que ainda está acontecendo. A vontade de estender, esticar, cada café da manhã, cada passeio a pé (acrescentando um carrinho, é claro, rs...), cada por do sol. O medo de esquecer, a vontade de gravar na memória cada tom de azul das águas e do céu, a ânsia de procurar a câmera na mochila versus a preguiça de tirar as luvas. O desespero de querer saber o que está escrito nas placas e nos rótulos e não entender patavina!

Ainda bem que existem as fotos e que a preguiça de tirar as luvas não nos impediu de ter um lindo acervo...

Ryccas e phynas, irmãs sisters levando o Pequeno Príncipe no Castelo de Haar


Joaquim queria sentar em TODABICICLETA!!!

Ciclovia que brilha no escuro em Eindhoven, a cidade do Van Gogh

Deixamos nossa velinha acesa aos pés da madona de Bruges









~FIM~


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Ilhéus - BA

Essa viagem tem uma longa história. Um começo que deveria ter sido de pura felicidade, um meio de muita tristeza, alguns desencontros e um desfecho alegre e perfeito. Respira fundo e vem comigo!

Ficha técnica:
Paisagem: praia
Hospedagem: casa de amigos
Transporte: avião
Duração: cinco noites
Grau de novidade: primeira viagem de avião só com a mamãe; não conhecíamos a casa

Evento especial: primeira viagem sem o papai
Pequeno viajante: Joaquim, 19 meses

Pra começo de conversa, Ilhéus foi onde começou a aventura de lua de mel do papai e da mamãe! Aventura essa que incluiu visitas a amigos muito especiais. Um deles, o Matheus, já saiu da vida boa à beira mar faz tempo, mas a Ana, irmã da vida acadêmica e fora dela, acabou virando baiAna.

Sempre quisemos voltar pra descobrir Ilhéus com mais tempo, visitar a Ana, mas nunca dava certo, as passagens eram caras e a viagem foi sendo adiada. Até que tivemos a notícia de que uma certa baianinha estava a caminho e aí não teve desculpa. Assim que Alice nasceu compramos passagens, com uma boa antecedência, é claro, pois não se chega de mala, cuia, marido e filho na casa de recém nascido, por mais que seja filho da sua irmã.

Só que, de pura felicidade o cenário foi se transformando e aqui começa a parte triste... quando Alice estava com 1 mês começaram as suspeitas de uma doença muito grave, que veio a se confirmar. Atrofia Muscular Espinhal. Entre exames e começo de tratamento a família saiu de Ilhéus pra buscar melhores médicos e estrutura. Bem na época que a gente iria... Adiamos então a viagem, deixando mais uma folga para que eles voltassem. Marcamos as novas passagens pra fevereiro, coincidindo com nosso aniversário de casamento ;)

Só que cinco dias antes da gente embarcar acordo com a notícia de que Alice tinha ido embora. Por mais que a doença tivesse um prognóstico muito difícil, ninguém esperava que fosse ser assim. Foi de repente, foi rápido.

A parte boa - acredito que sempre existe... - é que Alice teve uma vida linda. Ela não sofreu em hospitais. Ela viveu o que tinha que viver, e se foi.

Mas os pais ficaram. E aqui a gente tenta imaginar o tamanho da dor. O tamanho do buraco que ficou. Eu acho que não dá, não dá pra imaginar. É um tamanho que não cabe na compreensão de quem nunca passou por isso.

O que aconteceu é que Ana e André tiveram que sair de cena. Seria insuportável ficar ali, era preciso ao menos respirar para conseguir lidar com a dor. Com isso, adiamos novamente nossa viagem, marcando dessa vez pra agosto, numa "data qualquer" que tivesse uma tarifa viável. Mais tarde a Ana lembrou que essa era a melhor época pra avistar as baleias Jubarte e fiquei especialmente animada com a "data qualquer" que tínhamos escolhido.

(por uma felicidade do destino conseguimos encontrar com a Ana e o André nesse retiro que eles fizeram, e depois eles vieram nos visitar, então pelo menos nos vimos nesse meio tempo)

Agora vem a parte do desencontro: fiquei na cabeça que a viagem era pro dia 20 de agosto e nunca mais conferi. Na semana anterior fui checar os horários dos voos e quase desmaiei: as passagens eram pro dia SEIS de agosto!!! Ou seja, a viagem inicial foi adiada duas vezes e nunca aconteceu. Nem fui atrás de algum reembolso, se é que existiria. Não era pra ser.

Fiquei ARRASADA. Perdemos a viagem, perdemos dinheiro, perdemos as baleias. A Ana ainda tentou nos consolar dizendo que só choveu nos dias que estaríamos lá... até consolou um pouco, rs...

Mas não sosseguei. Pra completar, estava órfã de irmã... minha outra irmã Ana, essa de pai e mãe, tinha ido passar um ano na Holanda e eu entrando em parafuso me sentindo a pessoa mais solitária do mundo (muito louco isso!).

Conversando com o marido, resolvemos que eu iria sozinha com o Joaquim pra Ilhéus! E aqui começa outra história digna de nota:

Achei umas passagens muito baratas em voos diretos pela TAM, mas na hora de fechar a compra o site travou e quando loguei de novo já eram outros preços, inviáveis. Era tarde de noite e fui dormir desconsolada... Mas nada como um dia após o outro - e um marido alto astral! O PC me animou a continuar procurando e fui dar uma olhada nas minhas milhas, que nunca tinha usado. Pois eu tinha exatamente a quantidade de milhas que precisava pra ir pra Ilhéus, e naquela mesma semana!

Comprei as benditas passagens e só quando fui avisar a Ana da data me dei conta de que chegaria na Bahia no Dia de Todos os Santos. E de que passaria o Dia de Finados com eles. Nada é por acaso...

Então agora vamos à viagem propriamente dita! Nossos voos tiveram conexões em Salvador e tanto na ida quanto na volta foi muito tranquilo. Levei o carrinho do Joaquim, o que é uma mão na roda pra coisas básicas como ir ao banheiro, por exemplo. Levei também uns lanchinhos, o que foi ótimo, já que arrumar comida de qualidade em aeroportos parece tarefa impossível (não vou nem falar dos preços... se fosse coisa boa pelo menos, mas pagar caro por comida ruim me recuso!). A boa surpresa foi ver que no menu da Gol tem itens da Mãe Terra. Numa emergência dá pra apelar ;)

Uma coisa que facilitou muito é que os aeroportos estavam bem vazios, então o Joaquim podia andar e correr pelo saguão enquanto esperávamos o embarque. Mas o que ele gostava mais era ficar vendo "vião"!




Em Ilhéus pegamos bastante chuva, o que comprometeu um pouco a praia, mas sinceramente eu não estava muito preocupada com isso, porque o que mais queria era ficar tagarelando com minha amiga :) e com meu novo amigo também, é claro! André se diz super tímido, mas virou o melhor amigo do Joaquim instantaneamente, e tivemos bons papos também. Como é legal conversar com pessoas diferentes! (ele é astrofísico, professor da UESC como a Ana).


E por falar em astrofísica, fomos conhecer a UESC numa segunda à noite, num evento de observação astronômica. Vimos a lua, linda como sempre, e Marte, que foi uma certa decepção, pois não tinha nenhuma grandiosidade, mas os astrônomos falaram que Marte é sempre uma decepção, rs... já o Joaquim se divertiu com uma lua inflável e o difícil foi fazer ele desgrudar dela pra ir embora. E ainda tivemos sessão de cinema VIP (a primeira do Joaquim), com duas animações muito simpáticas, uma da Pixar e uma da UESC. Joaquim ficou o tempo todo segurando um Netuno de isopor e no final da primeira animação, onde aparecia uma lua crescente linda, na tela toda, ele falou: "Luuuua!"

Comemos acarajé, catado de aratu, empada de camarão (Cabana da Empada, lembre desse nome! Entre Ilhéus e Serra Grande). E chocolate, muito chocolate, pros maiores de 18 anos :) A Ana providenciou uma verdadeira orgia do chocolate Mendoá. Incrível! O ao leite virou meu favorito, desbancando aqueles suíços metidos. E já combinamos que a iniciação do Joaquim ao chocolate será em Ilhéus, com um tour completo pela produção da iguaria, que começa na cabruca - onde vivem os cacaueiros - e termina abrindo pacotinhos charmosos.






Encontramos com a Solange, que também ganhou a simpatia do Joaquim, e a Andrea, que já foi companheira de viagem em outra era (a famosa era a.J. - antes do Joaquim, rs...).

Conversamos sobre livros (onipresentes na casa e na vida do casal) e aproveitei pra abastecer minha biblioteca virtual.

Macanudo!

E tem como conversar sobre livros sem conversar sobre a vida? Ou melhor: conversamos sobre a vida com referências bibliográficas, rs... nessas horas sempre lembro do meu professor Marcos Sorrentino, que insistia para que lêssemos e usássemos as leituras nas discussões, pra não virar "conversa de botequim". À primeira vista pode parecer pesado, sério demais, embasar um papo de amigas em literatura, mas na verdade trata-se de uma expansão da consciência. Uma conversa em dupla que logo se transforma num grupo animado, formado por personagens atemporais. Esses companheiros não nos deixam nunca e serei eternamente grata à minha hermAna por ter me apresentado muitos deles e, melhor ainda, por cultivar em mim o gosto - e o acesso! - à leitura. Gracias!

Finalmente, no penúltimo dia, fomos ao cemitério. Parecia filme, parecia livro. Um cemitério rural, pequenininho. Flores murchas lembrando o Dia de Finados. Ao lado do túmulo de Alice choramos. Como não chorar? Joaquim preocupou e eu só disse que ele não precisava entender isso agora. Sossegou. Brincou com as folhas do chão.

Passamos no mercado e mais tarde preparei um quibe de abóbora pra nossa marmitinha da volta, que teve também melão, mingau e smoothie Queensberry que a Ana comprou de manhã cedo na padaria.


O último dia foi de acordar sem pressa - como todos os outros - tomar café da manhã sem pressa - claro, estamos na Bahia! - arrumar as malas sem pressa e ir pro aeroporto sem pressa. Check in tranquilo, melão no saguão de embarque e assim fomos voltando, adiantando o relógio, lembrando dos afazeres da "vida real".


Nos dias pós viagem aquela velha sensação nostálgica, as lembranças à flor da pele. E um desejo imenso de trocar qualquer viagem de avião, qualquer mensagem instantânea, qualquer banda larga, pela simples presença próxima e constante das pessoas amadas. Eita, que vida é essa que encurta distâncias, mas espalha as pessoas?!


sábado, 18 de outubro de 2014

São Paulo - SP - Museu de Arte Contemporânea (MAC/USP)

A ideia era visitar a tão sonhada exposição do Castelo Ra Tim Bum, no MIS. Conversando com a Bruna, mãe do Chico, tivemos a ideia de alugar uma van, o que sairia mais barato e mais prático do que ônibus e menos estressante do que carro. Não foi difícil montar um grupo e depois de muitas trocas de mensagens pelo Facebook, lá fomos nós: cinco crianças de menos de 3 anos, suas respectivas mães e um corajoso pai (cujo timbre de voz desconheço, rs...)!

Ficha técnica:
Paisagem: urbana
Hospedagem: não houve
Transporte: van alugada
Duração: um dia inteeeeeeeeiro :)
Grau de novidade: primeira excursão!
Pequenos viajantes: Joaquim, 19 meses; Caio, quase 2 anos; Gui, Chico e Clara, quase 3 anos


... só que... a fila estava inviável! Considerando o calor, o barulho da avenida (sim, isso me estressa profundamente) e a população de 5 crianças pequenas, tratamos de engolir a decepção e traçar de improviso um Plano B. Pensei em dar um passeio no Ibirapuera, mas aí a Flávia, mãe da Clara, lembrou que uma amiga havia comentado de uma exposição no MAC e lá fomos nós.

Vale ressaltar que esse foi o momento em que mais amei o fato de termos alugado uma van. Conversamos com o nosso simpático motorista Soares e ele se virou pra chegar no MAC, estacionar e essas coisas que são tão triviais, mas que viram tarefas hercúleas quando se tem uma ou duas crianças com fome e cansadas no banco de trás.

A chegada ao museu foi engraçada. Aquele hall aaaaamplo, aquelas paredes braaaaancas e aqueles funcionários com os olhos arregalados de pânico ao ver as cinco mini-pessoas correndo eufóricas no conforto do ar condicionado, bebendo da liberdade depois de horas amarradas às suas cadeirinhas.

Perguntamos onde podíamos sentar pra fazer um lanche e lá fomos nós. Daqui a pouco vem um simpático segurança (simpático mesmo, muito educado, não é ironia!), dizendo que ali não podia porque estava muito perto de uma obra de arte. Adotamos a estratégia do "sorria e acene" e terminamos o lanche ali mesmo. Não tinha a menor condição de transferir a farofada!

Chico, Joaquim e Gui interagindo com a obra de arte vizinha do nosso pique nique!

Fomos então pra exposição, chamada Transarquitetônica, do artista Henrique Oliveira. É uma grande instalação que te leva pra dentro de uma enorme árvore, com tuneis labirínticos que as crianças amaram! (pronto, não vou me aventurar a descrever a obra com ares de crítica de arte, rs...).

Amanda, Caio e Joaquim pelos labirintos da Transarquitetônica

Ah, antes passamos por um gatão de pelúcia que ronrona. A coisa mais FOFA (ai se um crítico de arte lê isso, hahaha!). Evidente que as crianças também amaram.

A turma toda em volta do gatão! Nesse podia passar a mão, mas não podia subir... nem na pata...

Pra terminar, por sugestão de um dos funcionários fomos numa obra interativa, com uns chapéus e fantasias que as crianças podiam brincar. Nem vi de quem era a obra, nem qual era seu propósito, já estava bem cansada (o gato até vi, mas não anotei, então esqueci...).

Coisas mais fofas essas crianças! Gui, Clara, Joaquim, Chico e Caio

Liguei pro nosso querido Soares e logo nos aboletamos confortavelmente em nosso "carrão", como diz o Joaquim. Ainda deu pra pegar o por do sol no quintal de casa!

Apesar de cansativo, todo mundo gostou do passeio, inclusive pela interação na van, tagarelice materna rolando solta! Pra variar, a gente chega de uma viagem pensando na próxima \o/

segunda-feira, 3 de março de 2014

Florianópolis - SC - Praia da Lagoinha

A ideia era passar um carnaval tranquilo na companhia dos dindos, que nos convidaram pra ficar num apartamento da família na beira da praia. Achamos melhor ir de carro e nos programamos pra sair antes da muvuca e voltar depois, na intenção de não pegar (muito) trânsito. Planejamos também dormir em Curitiba pra viagem não ficar (muito) cansativa. Na prática a realidade foi bem outra...

Ficha técnica:
Paisagem: praia
Hospedagem: hotel + casa de amigos
Transporte: carro
Duração: sete noites
Grau de novidade: embora o pai tenha morado em Florianópolis, nenhum de nós conhecia o norte da ilha
Pequeno viajante: Joaquim, 11 meses


A ideia do blog não é dar a impressão de que fazemos só viagens incrivelmente lindas e perfeitas, mas mostrar também as roubadas que a gente se mete por aí. Assim quem sabe você possa se livrar de algumas delas!

Claro que a viagem foi boa, no fim sempre dá tudo certo, mas alguns cansaços poderiam ter sido evitados. A começar pela estrada... convenhamos, se a pessoa quer descansar, viajar no carnaval definitivamente não é uma boa ideia! Tentamos evitar esse transtorno saindo na quinta, mas levamos um baile por conta de obras e isso nos custou umas 4 horas a mais.

Na sexta não conseguimos sair cedo de Curitiba porque tínhamos combinado de encontrar uns amigos, o que faríamos na quinta, mas como acabamos chegando muito tarde ficou pra sexta. Não queríamos desmarcar e acabamos amargando NOVE horas de estrada até Floripa, quando o esperado seria no máximo quatro...

haja biscoito...

Pra tentar fazer o Joaquim ficar na cadeirinha foi às custas de muito biscoito de polvilho, maçã, brinquedos "tirados da cartola" e brincadeiras que a mãe-palhaça inventava, mas essa também tem seus limites... no fim, assumo, acabamos arriscando a segurança e viajando uns trechos com ele no colo.

Mas depois dessas infinitas horas no carro a principal conclusão que eu tirei é que os engenheiros (ou seja lá o que forem) que projetam essas cadeirinhas não tem filhos e nunca precisaram viajar com uma criança! Bem que podia existir alguma opção como aqueles coletinhos que usam em cachorro, já viu? É como uma coleira peitoral que prende (não sei como) no cinto de segurança. Sei que não seria a máxima segurança, mas com certeza seria melhor do que viajar totalmente solto (ou sou só eu que ando de carro com nenê no colo?! Se alguém denunciar pro conselho tutelar eu nego tudo!).

Quanto à hospedagem, em Curitiba dormimos no Grainvile Park e foi ok. Encontramos pelo Trip Advisor, fixando o mínimo de 3 estrelas e escolhendo o mais barato. Vasculhei o Booking e o Decolar, mas sempre que eu achava algum legal e dentro do orçamento, ia ler os comentários e sempre tinha um mala (ou anjo, vai saber) metendo a boca. Conclusão: não leia os comentários e avaliações, rs... mas esse que ficamos pelo menos tem quartos espaçosos, o que é bom com nenê que engatinha (ah, nas paradas na estrada eu sempre dava um jeito de deixar ele engatinhar um pouco, num cantinho da lanchonete, por exemplo. Depois lava as mãos e boa!).

Aí chegamos ao nosso destino final. Super apê de frente pro mar, praia bonita, limpa e sossegada. Só que de última hora ficamos sabendo que os donos (tios do cumpadre) também estariam lá e isso deu uma dificultada na tranquilidade, porque não dava pra "largar"o Joaquim perambulando que nem eu faço em casa. Se os donos não estivessem eu teria virado a decoração e organização do avesso pra não ter perigo de nenhum acidente, mas com eles ali eu me restringi a intervenções mínimas e indispensáveis. Fora o fato de não rolar aquele momento "pé no sofá", tomar café de pijama e essas coisas que a gente só faz em casa ou em casa que a gente se sinta totalmente em casa! Sei lá, vai ver que eu que sou muito caipira, encanada demais...

... da janela lateral do quarto de dormir...

Na volta pelo menos não pegamos trânsito. Mas aí resolvemos esticar até Registro e tenho minhas dúvidas se foi uma boa, porque chegamos já à noite, cansados e tendo que procurar restaurante numa cidade desconhecida.

No fim claro que deu tudo certo, a gente se divertiu, curtiu uma praia e aprendeu muita, muita coisa ;)

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Ubatuba - SP - Praia da Fazenda, Parque Estadual da Serra do Mar

Eu nem sabia direito se queria ter filho, mas tinha certeza que se um dia tivesse iria levá-lo pra acampar o mais rápido possível! O filho chegou e o acampamento também, tudo no tempo certo, com a perfeição que a vida nos brinda quando estamos de bem com ela.

Ficha técnica:
Paisagem: praia
Hospedagem: camping
Transporte: carro
Duração: duas noites
Grau de novidade: já tínhamos ido antes do Joaquim nascer
Evento especial: primeiro acampamento, primeiro banho de mar e comemoração do aniversário do vovô Ed
Pequeno viajante: Joaquim, 10 meses


O lugar não poderia ser melhor: um camping pé na areia em uma praia linda, enorme, preservada e praticamente deserta. Já tínhamos acampado lá antes, com pequenos viajantes também, nossos sobrinhos (contei essa história aqui no Aralume), então sabíamos que era um local "baby friendly" (pros nossos padrões, é claro...).

O camping sim poderia ser bem melhor, poderia ter banheiros bonitos, poderia ter uma cozinha mais equipada, poderia deixar a gente pendurar rede nas árvores... mas isso tudo é detalhe, é bobagem, perto do que realmente importa, que é a praia, ah, a praia! Dizem que é uma das 10 mais bonitas do Brasil. Pra mim, naqueles dias que passamos lá ela era a personificação da perfeição em forma de areia, água e sal, com adornos de céu, sol e nuvens - poucas e fundamentais.

Se quiser conhecer, procure pela Praia da Fazenda. Se quiser desfrutar de uma noite estrelada ao murmulhar das ondas, você pode alugar a única casa disponível - e caríssima - ou juntar os apetrechos e armar sua barraca no Camping Caracol (fone: 12 9 9739 9751).

Mas não pense que acampar é uma questão de economia. Bem, se eu tivesse bastaaaaaante dinheiro talvez tivesse preguiça de acampar... ou talvez tivesse os melhores equipamentos de camping do mundo e acampasse com muito conforto, o que é bem mais provável!

E por falar em equipamentos, vamos lá, primeira conclusão: a tralha que se leva pra passar duas noites é praticamente a mesma pra passar uma semana. Conclusão seguinte: o trabalho que dá pra armar e desarmar tudo merece ser diluído em mais dias de passeio... resumindo, dois dias pra mim é pouco!!! (melhor do que nada, mas é pouco...).

Esse tópico dos equipamentos, ou tralha para os menos acadêmicos, é importante, porque em geral você não tem muito pra onde correr quando falta alguma coisa no acampamento. Uma semana antes da viagem, meu sogro, campista experiente, disse que tem um check-list que usa toda vez que vai acampar. Na hora não dei muita bola, pois não sou de esquecer coisas, mas ignorei um pequeno detalhe: eu não sou mais eu... e o que aconteceu? Esqueci de pegar simplesmente lençois e toalhas!!! Fui me dar conta disso na estrada, não compensava voltar, então o jeito foi parar num shopping em Taubaté e estrear enxoval novinho na barraca.

Fica então a promessa de montar um check-list, com direito a categoria "baby". Não vou fazer isso agora porque senão o relato não sai!

Mas já adianto que foi muito útil ter levado uma bacia pra dar banho no Joaquim, que também foi uma mão na roda pra ele dar uma brincada na água fresca e na sombra no horário de sol mais forte. Poderia ser uma piscininha inflável, mas tenho impressão de que essas coisas estragam tão fácil... e não pense que estávamos de furgão! Fomos em dois carros bem pequenos (#aiquesaudadedaDalva).

Nas fotos abaixo tem mais algumas dicas de ótimas tralhas pra carregar pra um acampamento com nenê na praia ;)


Nosso terreninho antes das barracas chegarem

Poucos minutos depois...

Nossa caverninha! Pra nós um colchão inflável e pro Joaquim fizemos uma caminha com isolante térmico e edredon. Ele aprovou!

Primeiro contato com a areia da praia!



Com a roupa super high-tech - e linda! - que a tia Thássia e o tio Lelo trouxeram da Austrália




Esse tapete foi bem útil. Compramos na Decathlon há muito tempo e agora ele está mostrando sua verdadeira utilidade..

E lá se vai mais um dia...


... amanhece na Praia da Fazenda... de dentro do camping olhando a praia [suspiro]


Tapetão que a tia Ana deu (é uma canga de casal, super útil também), embelezando e deixando mais confortável nosso lugar à sombra! No cantinho da foto aparece parte do carrinho, que foi bem útil pras sonecas diurnas, uma vez que é impossível ficar dentro da barraca com o calor do dia.


Rede é o sofá do acampamento! Dentro do camping não pode armar, mas na frente sim. Tem coisa mais gostosa do que um cochilo e/ou uma leitura numa rede à beira mar?!

O café da manhã foi no nosso quintal. Pra nós uma mesinha e banquinhos, pro Joaquim tapete e canga. Todos bem acomodados. As outras refeições fizemos na cozinha do camping, que tem fogão, bancada e uma mesa (levamos todos os apetrechos como panelas, chaleira, pratos, canecas e talheres).

Aproveitando a manhã do último dia. Não precisa ficar com aflição do Joaquim "de roupa" o tempo todo. No final da tarde o sol se esconde atrás do morro e ele nadou peladinho :)

Só mesmo a vovó pra entrar na água com a câmera :) repare na transparência da água!

A hora do adeus... mistura de tristeza por ter que ir embora e imensa gratidão pelos momentos maravilhosos que passamos nesse paraíso (antes que perguntem o que é isso que está na mão do Joaquim, digo que é bolachinha PRA MAMÃE)

Paz na estrada é nenê dormindo! Acessórios by Ana C.

Ótima viagem, dias lindos, noites estreladas. Felizmente não choveu uma gota. Se tivesse chovido teria sido bem menos confortável e pra essas horas é bom ter uma tenda (e muito mais jogo de cintura).

Em dado momento contamos mais 14 barracas no camping, mas não dava impressão de lotado, mesmo porque muita gente leva os apetrechos de cozinha e assim a cozinha do camping não congestiona.

Foi muito bom relembrar o que é ficar olhando o céu até tarde, tomar café sob as árvores, andar descalça, não ter preocupações com arrumação e limpeza da casa. Precisa acampar pra ter essas experiências? Não... e justamente por isso não tem como descrever a sensação da vida campista... só vivendo!